14/09/2023 às 18h49min - Atualizada em 14/09/2023 às 18h49min

Fanfarra Municipal de São Ludgero completa 18 anos de existência

Crônica de Bernardo Reis detalha emoções e sensações de quem a integra.

foto: Divulgação

    Com uma participação recorde de integrantes, 140 no total, a Fanfarra de São Ludgero, sob a regência dos irmãos Sérgio Buss e Débora Buss, deu o brilho todo especial ao Desfile Cívico durante o dia 7 de setembro, dia da Independência do Brasil. Este ano ela está completando 18 anos de existência. Crônica escrita por Bernardo Reis transmite em detalhes as emoções e sensações de integrar tão importante grupo.

       A fanfarra é composta por alunos do Centro Educacional Professor Henrique Buss, Escola de Educação Básica São Ludgero e voluntários da comunidade. A novidade deste ano para o Desfile Cívico é que vários ex-integrantes retornaram. Alguns com mais de 10 anos afastados. Ela é composta por fuzileiros, bumbos, caixas de guerra e repique, pratos e cornetas. Também acompanha portas bandeiras e faixas.

      Os preparos, ensaios, para o Desfile Cívico começam à quatro meses antes. É necessário muito empenho e dedicação dos participantes. Integram a Fanfarra Municipal de São Ludgero, atualmente, pessoas a partir dos 11 anos. Os investimentos em instrumentos e roupas são realizados pela Prefeitura de São Ludgero, por meio da Secretaria de Educação, Cultura e Esportes.

       Foi em 2005, sob a regência do professor de educação física Artur Buss, o Tule (em memória), que a fanfarra virou realidade e quem conduziu os ensaios por vários anos. Em seguida, a regência passou para o professor Rodrigo Weber e, pelo décimo ano consecutivo estão sob a responsabilidade dos irmãos Sérgio e Débora Buss.

        Os responsáveis Débora e Sérgio dizem que os integrantes já se tornaram um grupo familiar. “Todos estão de parabéns pelo empenho, companheirismo e o resultado apresentado. Este ano foi ainda mais emocionante”, enfatizam.

         Os interessados em integrar a Fanfarra Municipal de São Ludgero devem entrar em contato com a Secretaria de Educação, Cultura e Esportes, presencialmente, ou pelo fone 3657 8804.

    Fanfarra Mirim CEI Menino Deus completou 30 anos – Um estímulo para futuros integrantes da Fanfarra Municipal é a existência da Fanfarra Mirim do Centro de Educação Infantil Menino Deus, atualmente com 43 integrantes. Foi iniciada e consolidada em 1993. A primeira apresentação da Fanfarra Mirim contou com vários instrumentos feitos pelo professor de Educação Física, Arthur Buss, o Tule (em memória), com materiais simples, de sucata e latinhas de tinta, tocadas pelas crianças e instrutores. O objetivo era e é incentivar a arte de tocar desde cedo. A bandinha oportuniza atividades rítmicas e musicais, aguçando nas crianças o gosto e os primeiros passos na arte de tocar, além da beleza de ver as crianças vestidas a rigor demonstrando o empenho e a alegria de participar do Desfile Cívico. Ela também brilhou no Desfile Cívico, tendo momento exclusivo, para apresentar as habilidades dos pequenos.

 

      A crônica abaixo, escrita por Bernardo Reis, descreve as emoções e sensações de integrar a Fanfarra Municipal.

 

A Brava Fanfarra

   Na tranquila São Ludgero, um rincão do sul, onde o tempo se desenrola como um novelo de histórias esquecidas, há uma fanfarra que ressoa como um eco das memórias. São 140 jovens, guerreiros com o coração a bater em compasso com a pátria, que se entregam a uma missão ingrata, mas nobre: encantar o público, honrar a cidade e seus antigos rituais cívicos.

    No último desfile, a garra destes jovens transcendeu a própria exaustão. Como fuzileiros de um batalhão incansável, eles tocaram sem parar, durante duas longas horas, mantendo o compromisso que nasceu quando esta fanfarra, qual jóia preciosa, foi forjada nas mãos do tempo.

   Era Sergio Buss, o regente-mor, que com sua batuta habilidosa conduzia essa orquestra de almas. Seu amor pela música e pela pátria era palpável, inspirando cada músico a seguir adiante, mesmo quando as mãos de um fuzileiro, ensanguentadas pelo esforço, teimavam em protestar. Eram mãos que não desistiam, que, como São Ludgero, guardavam em suas veias a força do compromisso.

    No epicentro desta batalha, como encarnações da determinação, encontram-se os heróis do ritmo, que comandam esta maré sonora. As caixas de guerra, com suas batidas retumbantes, se juntam aos caixeiros e seus repiques, aos bateristas de bumbo, cornetistas e os percurcionistas de prato, com seus brilhos cortantes e acentuação rítmica, cada instrumento como um soldado de um exército melódico, todos com suas vozes únicas, mas unidos em uma harmonia sublime.

    Mas não apenas Sérgio era o pilar desta façanha. Ao seu lado, estava sua irmã Débora, cuja dedicação incansável servia de sustento àqueles jovens músicos. Era ela que, nos momentos de cansaço, oferecia alento, lembrando-lhes que a fanfarra estava em seu sangue. Afinal, foi o tio deles que lançou as primeiras notas dessa melodia, fazendo brotar uma tradição que agora era honrada com suor e lágrimas.

     E assim, naquele desfile cívico em São Ludgero, a fanfarra prosseguiu, uma força única e especial, moldada pela garra da juventude, pelo amor à pátria e pelo sangue de seus fundadores. Neste rincão do sul, a música não é apenas um som; é um legado, uma paixão que transcende gerações, um tributo àqueles 140 guerreiros que, mesmo esgotados, mantiveram viva a chama da fanfarra de São Ludgero. E como eu costumo escrever, é a poesia das notas que ecoam, é o coração de uma cidade que pulsa ao som da sua própria história.


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