19/07/2024 às 19h02min - Atualizada em 19/07/2024 às 19h02min

Jornalismo Canal do Sul apresenta editorial sobre a questão da Intolerância Religiosa em Orleans

Mantivemos contato com o Advogado do Portal de Notícias Canal do Sul, Dr. Eduardo Bastos Moreira Lima

Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil
 
 
 
Após diversos encaminhamentos sobre fato repercutido em redes sociais no município de Orleans, conseguimos identificar a fonte de origem das questões apresentadas. O Portal de Notícias Canal do Sul é um veículo de comunicação, cunho jornalístico. A nossa função é informar, do contrário seriamos um ‘blog’, ‘página de opinião’ e afins.

Durante a madrugada desta sexta-feira (19) e início da manhã, alguns internautas informaram que determinada conta, não revelada, de instagram do município de Orleans havia realizado um post que aparentemente apresentava cunho pejorativo ao falar sobre atos pertinentes às Religiões de Matriz Africana.

Conforme relatado, o texto iniciava apresentando o termo “DENÚNCIA” de realização de macumba em determinada localidade do município de Orleans. Além disso, ao final, fazia uma menção do significado da palavra “macumba” de forma não precisa. Indicando, conforme relatado, que “Macumba” se refere aos cultos onde se pratica – magia negra -, para direcionar a suposto mal a ser causado a terceiros”.

Sem querer polemizar, apenas cumprindo o papel que nos cabe. Bem como em respeito aos internautas que nos procuraram, mantivemos contato com autoridades no assunto com o fim de dar uma resposta a essa situação.

“O termo 'macumba' é associado a dança/festa e também é o nome dado a um instrumento musical usado em algumas ocasiões. Conforme o que foi relatado, flores, velas e bebidas nada mais é do que uma oferenda (agrado) a uma entidade. No sentido de agradecer por alguma graça alcançada, ou simplesmente agradecer pela sua saúde, pela sua vida e etc.” explica Pai Junior de Iemanjá, da Casa Africana 4 de Dezembro – Reino de Iemanjá, localizada na cidade de Lauro Müller

Outro aspecto trazido sobre o assunto da Intolerância Religiosa é a questão jurídica, onde praticar, induzir ou até mesmo INCITAR a descriminação, uma vez caracterizada, pode ser causa de punição na forma da lei.

Mantivemos contato com o Advogado do Portal de Notícias Canal do Sul, Dr. Eduardo Bastos Moreira Lima (Florianópolis). Apresentamos os relatos e de forma direta fez destaques da Lei Brasileira.

“Não obstante a Constituição Federal consagrar no artigo 5º, inciso VI, a liberdade religiosa como direito fundamental, desde o ano de 2019 houve um aumento dos registros de denúncias de intolerância Religiosa, cometida, em sua maioria, contra religiões de matrizes africanas. No Brasil temos algumas plataformas que podem ser utilizadas para o e registro de denúncias ´- Disque 100. Importante registrar que com o advento da Lei 14.532 que equipara injúria racial ao racismo - e que também protege a liberdade religiosa com o endurecimento das leis, quem pratica crimes de intolerância religiosa pode pegar até cinco anos de prisão, além de multa. Para este crime, não cabe mais fiança e é imprescritível. Neste sentido o respeito a fé alheia é medida que se impõe. ” esclareceu

Consultamos também outra autoridade religiosa do município, o Reverendo Gregori Ziel da Comunidade Luterana de Orleans, que versou sobre a questão do respeito.


"Enquanto igreja Luterana, acreditamos firmemente que a fé genuína se manifesta no respeito mútuo e na compreensão das diferenças. Devemos combater a intolerância religiosa, lembrando que todos, independentemente de credo e religião, merecem dignidade e amor. 'Ame seu próximo como a si mesmo', Jesus nos ensinou. Orleans é uma cidade com diversas expressões de Fé. Por isso, só posso esperar respeito se antes respeito o outro" expressou

Jornalismo Canal do Sul
Lincon Schmitz
 
 

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